Mais uma SAF vendida? Como está a negociação do Grupo City com clube brasileiro

Donos do Manchester City podem realizar o seu primeiro investimento no futebol do país
2022-06-09 13:20:24

O Grupo City caminha para expandir sua atuação no futebol mundial e adicionar mais um time aos seus investimentos. Dessa vez, os olhos do conglomerado estão voltados para o Brasil, mais precisamente para um tradicional clube do país.

Representantes estiveram no país nas últimas semanas para tratar da compra da SAF e estreitar a relação com os dirigentes. Por isso, há uma grande expectativa por um final feliz, que poderia colocar a equipe de volta à briga por títulos nacionais e internacionais.

Grupo City pode assumir a SAF do Bahia

O clube em questão é o Bahia, que pode ser o próximo a negociar a sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Apesar de estar na Série B, o Tricolor faz ótima campanha e é considerado um dos grandes clubes do nosso futebol.

Com dois títulos nacionais (1959 e 1988), o Bahia pode ser o quarto clube a vender sua SAF, depois de Cruzeiro, Botafogo e Vasco. Na Série A, o Bragantino também é um clube-empresa, mas a negociação com a Red Bull é anterior à criação do novo modelo.

Negociações seguem em andamento

Nos últimos meses, as negociações entre Bahia e City avançaram, mas houve poucas mudanças recentemente. O presidente do Esquadrão de Aço, Guilherme Bellintani, confirmou que as conversas estão ocorrendo, mas diz que prefere não definir prazos.

Há um esforço do clube para concretizar o negócio, com muitas pessoas envolvidas. Porém, há outros passos que precisam ser completados. Se a proposta for aceita, o Conselho Deliberativo e a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) vão precisar aceitar a transformação em SAF.

“É uma decisão permanente, eterna para o clube, que dificilmente terá volta e por isso precisa ser bem trabalhada e estamos fazendo isso”, explicou o presidente.

Principais pontos da proposta do Grupo City

Apesar de não ser oficial, a proposta do Grupo City gira em torno de R$ 650 milhões por 90% da SAF do Bahia. É um valor acima do que o Cruzeiro negociou por sua SAF com Ronaldo Fenômeno, por exemplo.

O valor seria investido da seguinte forma: R$ 50 milhões na assinatura do contrato, R$ 150 milhões ao fim do ano se o acesso à Série A for confirmado e os outros R$ 450 milhões divididos igualmente entre 2023 e 2024.

Esse investimento seria apenas para a compra da SAF. Ou seja, valores gastos na compra de jogadores, por exemplo, são separados e ficam a cargo dos gestores. Outra diferença importante é na identidade visual do Bahia.

Ao contrário de outros clubes do grupo, não haverá mudança no nome e nas cores. É possível que uma camisa azul celeste seja lançada, mas somente como uniforme alternativo. É o mesmo caso do Troyes (França) e Girona (Espanha), que mantiveram suas marcas.

Se o contrato for realmente assinado, o Grupo City passa a ser responsável pela gestão do futebol do Bahia.

City negociou outros investimentos no Brasil

A SAF do Bahia seria a primeira investida do Grupo City no futebol brasileiro. Porém, o interesse do fundo árabe é antigo. Antes de negociar com o Tricolor, os empresários também estiveram de olho em outros clubes.

O primeiro deles foi o Londrina, em que os investidores chegaram até a se reunir com os dirigentes do clube do Paraná. Depois, no ano seguinte, o Atlético-MG era a bola da vez, com proposta de R$ 1 bilhão pelo clube. Porém, não houve evolução, então o Bahia deve ser mesmo o escolhido.

Sobre o Grupo City

O City Football Group é uma holding que administra clubes de futebol espalhados pelo mundo. São três donos: Abu Dhabi United Group (78%), American firm Silver Lake (12%) e China Media Capital and CITIC Capital (10%).

O nome vem, justamente, do maior sucesso da organização, que é o Manchester City. Os ingleses acabaram de vencer o campeonato nacional e se consolidaram entre os melhores clubes da Europa. Porém, o CFG tem investimentos em diversos continentes.

Um grande diferencial é que, ao contrário de outros grupos, o City tem bastante sucesso esportivo em seus investimentos. São 42 títulos em oito países diferentes, sendo que apenas dois times nunca levantaram um troféu: Lommel (Bélgica) e Sichuan Jiuniu (China).

Portanto, é compreensível que a torcida do Bahia fique empolgada com a possibilidade de negócio para, quem sabe, voltar ao topo do futebol brasileiro nos próximos anos.