Um dos apostadores que ganhou dinheiro com o cartão amarelo sofrido no caso Bruno Henrique, confirmou ao Ministério Público que já sabia sobre a punição do atacante.
Amigo do irmão do atleta, Douglas Ribeiro Pina Barcelos confessou em troca de um acordo para não ser condenado pelo caso de fraude em apostas esportivas.
Delação
- Douglas Ribeiro Pina Barcelos confessou saber que Bruno Henrique levaria o cartão;
- O apostador é amigo do irmão do atacante do Flamengo;
- Este foi o único dos dez apostadores indiciados a aceitar uma delação e acordo.
Quem é o apostador?
Douglas Ribeiro Pina Barcelos, amigo de um dos irmãos do jogador, confessou saber que Bruno Henrique levaria o cartão. O acordo o livra da prisão, mas a apostador terá que cumprir 360 horas de serviço comunitário e pagar uma multa de R$ 2.322,13,
A confissão veio em audiência no último dia 4 de junho, com a participação do Ministério Público do Distrito Federal e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Veja a transcrição da confirmação feita por Douglas Ribeiro
Promotor: Presente acordo de não persecução penal tem por objeto fatos relacionados à obtenção e tentativa de obtenção de vantagem indevida em prejuízo de empresas de aposta on-line.
Promotor: Empresas que foram induzidas e mantidas em erro mediante meio fraudulento consistentes no cadastramento de palpites sobre eventos secundários da partida entre a equipe do Clubes de Regatas do Flamengo e o Santos Futebol Clube no dia 1 de novembro de 2023 no estádio Mané Garricha, no Distrito Federal, cuja ocorrência seria provocada de forma criminosa e lhe foi previamente informada. Douglas, feitas todas as considerações, eu pergunto: o senhor confirma que praticou esses fatos?
Douglas: Confirmo.
MP recebeu denúncias
O Ministério Público protocolou denúncias feitas contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo. O jogador foi acusado de estelionato e fraude em competição esportiva.
Agora, a justiça terá que dar seu veredito. Na investigação, o Ministério Público apontou que o jogador fez, de propósito, movimentos para avisar aos seus familiares que iria tomar o cartão amarelo na partida contra o Santos. Assim, sua imagem estaria totalmente vinculada ao crime de fraude.
Investigação na esfera esportiva em estágio final
Portanto, a Procuradoria do STJD agora vai avaliar se o jogador será denunciado. O prazo é de 60 dias, mas a resposta sairá antes disso, já que o caso está sendo acompanhado de perto pela grande mídia.
BH se defendeu
O atacante prestou depoimento ao STJD hoje (29). O tribunal está apurando as provas que a Polícia Federal junto, já pronta para finalizar o processo. Por isso, uma decisão será tomada em breve. O jogador poderá continuar atuando, normalmente, já que não houve pedido de suspensão preventiva.
Acusações e penas previstas
Bruno Henrique foi indiciado com base no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata de fraudes em competições esportivas, com pena que pode variar de dois a seis anos de reclusão. Ele também responde por estelionato, crime cuja pena prevista é de um a cinco anos de prisão.
A defesa do jogador pediu o arquivamento da investigação policial e entrou com um Habeas Corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, solicitando a anulação do processo e a transferência do caso para a Justiça Federal do DF. Segundo os advogados, a competência para julgar a ação não seria da Justiça Estadual.
Família e amigos de Bruno Henrique também são investigados
Além do atacante, foram indiciados o irmão de Bruno Henrique, Wander Nunes Pinto Júnior, sua esposa Ludymilla Araújo Lima e a prima do jogador, Poliana Ester Nunes Cardoso, todos acusados de terem realizado apostas relacionadas ao suposto esquema.
As investigações também apontam um segundo grupo de apostadores formado por Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos, amigos de Wander.