O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou o arquivamento da denúncia contra Dimitri Payet, jogador do Vasco, acusado de violência física, psicológica e sexual pela advogada Larissa Ferrari.
Segundo os documentos obtidos pelo jornal Extra, não há provas suficientes para sustentar a acusação.
Entenda o arquivamento da denúncia contra Payet
- MPRJ pediu o arquivamento da denúncia contra Payet, alegando falta de provas;
- Mensagens trocadas entre o jogador e a advogada indicam relação sexual consensual, com práticas sadomasoquistas;
- De acordo com o MPRJ, não foram apresentadas testemunhas, laudos médicos ou psicológicos que sustentassem a acusação de violência psicológica;
- Larissa admitiu que atos físicos faziam parte do fetiche do casal, segundo o MPRJ;
- A advogada de Larissa recorreu da decisão e denunciou o caso ao CNJ, acusando o MP de desconsiderar o depoimento da sua cliente.
Relação era consensual e envolvia práticas sexuais não convencionais, segundo MP
De acordo com o MPRJ, as mensagens trocadas entre Payet e Larissa indicam que os dois mantinham uma relação afetiva, com conversas de teor sexual consentidas por ambas as partes. O órgão destacou que o conteúdo das mensagens demonstrava empatia mútua e envolvimento em práticas de sadomasoquismo, o que incluía agressões físicas como parte do fetiche do casal.
O documento ainda ressalta que não foi identificado qualquer sinal de constrangimento ou mágoa durante as interações, mesmo diante das práticas citadas. Em seu depoimento, Larissa mencionou que Payet tinha conhecimento de seu diagnóstico de transtorno de borderline, e que isso o faria prever uma possível submissão a situações constrangedoras — argumento que o MPRJ não considerou suficiente como prova de abuso.
MPRJ pede arquivamento do processo de violência física, psicológica e sexual contra Dimitri Payet, do Vasco https://t.co/hZmkj3QN75pic.twitter.com/2VqKrcQ1Rb
— Jornal Extra (@jornalextra) June 3, 2025
MP diz que depoimento de Larissa não foi respaldado por provas materiais
Em relação à acusação de violência psicológica, o Ministério Público reforça que não foram apresentados laudos médicos, psicológicos ou testemunhas que corroborem a versão da suposta vítima. O documento também aponta que fotos e vídeos íntimos foram enviados voluntariamente por Larissa a Payet.
Quanto à denúncia de agressões físicas, apesar da existência de imagens com hematomas, a própria Larissa admitiu, em depoimento, que mordidas, tapas e outros atos semelhantes faziam parte do contexto sexual entre eles. Por isso, o MP destacou que seria difícil definir os limites do que a vítima considerava aceitável, anexando ao processo uma imagem encaminhada pela advogada ao jogador.
Defesa de Larissa recorre e denuncia caso ao CNJ
A defesa de Larissa Ferrari entrou com recurso contra o arquivamento e levou o caso ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em entrevista ao Extra, Larissa afirmou que o MPRJ ignorou seu depoimento e deu mais peso à versão apresentada por Payet.
"Usou meu transtorno mental como se eu fosse doente a esse nível antes. Não tem cabimento não levarem a sério e não darem continuidade na investigação, sendo que eu tenho testemunhas no Rio e aqui (Paraná)", declarou.