O que John Textor mostrou aos senadores na CPI do futebol brasileiro?

Dono da SAF do Botafogo apresentou relatório de forma secreta
2024-04-23 15:34:04

O empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, prestou depoimento ao Senado – em condição de testemunha – na última segunda-feira (22) na CPI que apura suspeitas de manipulação de jogos e apostas esportivas no Brasil e entregou um relatório de 180 páginas com supostas provas de fraudes em partidas do Campeonato Brasileiro.

A papelada foi encaminhada à Comissão Parlamentar de Inquérito, presidida por Jorge Kajuru (PSB-GO). No depoimento, Textor afirmou que a manipulação de resultados no futebol é uma realidade e reforçou a importância da inteligência artificial na luta contra a manipulação no esporte.

Textor foi o primeiro convidado por causa de suas últimas declarações, quando garantiu ter provas de que o Palmeiras foi beneficiado nos últimos dois Campeonatos Brasileiros e acusou jogadores de São Paulo e Fortaleza de terem manipulados ações em partidas contra o alviverde.

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O que John Textor apresentou na CPI?

O primeiro contato de John Textor no Senado aconteceu em sessão aberta de pouco mais de uma hora. Após a fase inicial, todos os envolvidos na CPI participaram de uma reunião secreta, sem a presença da imprensa e de celulares.

Na segunda etapa, o dono da SAF do Botafogo mostrou suas evidências e revelou nomes que supostamente estão envolvidos na manipulação no futebol brasileiro.

O empresário também apresentou jogos que poderiam ter passado por influências externas, com vídeos de lances suspeitos. O relatório do estadunidense conta com mais de 180 páginas.

As movimentações de atletas em campo não foram novidades, uma vez que Textor já havia mostrado em reunião com Felipe Bevilacqua – vice-presidente do STJD.

A maior novidade apresentada pelo empresário botafoguense é a análise de lances do VAR. John Textor alegou que nem tudo que é divulgado para torcedores e árbitros no monitor é íntegro em relação ao que aconteceu dentro do campo.

Existe uma caixa preta em relação à escolha dos árbitros… Precisamos de liderança da CBF. Vocês deveriam limitar o poder da CBF. Deveriam privatizar a operação da liga. Existe uma força muito grande por trás da organização do campeonato. Acabei me tornando uma pessoa polarizada. Isso se tornou a minha cruz. Vocês sabem o que estão fazendo e peço a vocês que diminuam o poder da CBF. O Brasil exporta os melhores jogadores do mundo e acredito que esse jogo tem que ser jogado aqui. Está na hora de limpá-lo – disse Textor.

Manutenção da investigação

Após o encontro privado John Textor e Kajuru retornaram à CPI e o senador confirmou que os indícios apresentados pelo dono da SAF do Glorioso serão investigados.

– Vou respeitar o segredo de Justiça. Mas vou tentar trazer a público o mais rápido possível o relatório de 180 páginas, com todas as imagens vistas. Chegamos a uma conclusão simples e objetiva. Tivemos conhecimento de diversos indícios importantíssimos.

– Não queremos falar ainda sem provas. Não foi uma conversa sem conteúdo. Pelo contrário, teve conteúdo. Não se tratou apenas de fatos e indícios envolvendo o Botafogo. Falou sobre outros jogos e mostrou outras imagens. Temos indícios suficientes para investigarmos profundamente – explicou Kajuru.

Leila Pereira e Julio Casares na mira

O relatório apresentado por John Textor foi recebido e aceito pela comissão, que deve confirmar convocações para Leila Pereira e Julio Casares, presidentes de Palmeiras e São Paulo, respectivamente, para depor nas próximas semanas.

Formação da CPI

O Senado aprovou a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar denúncias envolvendo jogadores, dirigentes esportivos e empresas de apostas no futebol brasileiro no dia 10 de abril.

O grupo tem até 180 dias para finalizar os trabalhos, com possibilidade de prorrogação em 90 dias. Após o período, um relatório pode ser enviado ao Ministério Público ou à Advocacia-Geral da União para uma possível responsabilização criminal dos infratores.

A comissão é composta por 11 membros titulares e sete suplentes. O relator da CPI é Romário (PL-RJ), autor do requerimento para a abertura da CPI. A presidência é de responsabilidade de Jorge Kajuru (PSB-GO) e Eduardo Girão (Novo-CE) é o vice-presidente.