Em 2013, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio surpreendeu o mundo ao se tornar o primeiro papa nascido na América do Sul. Torcedor fanático do San Lorenzo, o Papa Francisco nunca escondeu sua paixão pelo futebol durante os 12 anos em que comandou a Igreja Católica.
Com sua morte, um novo conclave será iniciado nesta quarta-feira (7), reunindo 133 cardeais com direito a voto, entre eles sete brasileiros. Embora nenhum esteja entre os favoritos ao trono de São Pedro, uma pergunta curiosa surgiu nos bastidores: se o próximo papa for brasileiro, para qual time ele torce? A resposta veio em um levantamento do site ge.com, que ouviu assessores, amigos, familiares e os próprios cardeais brasileiros. E a constatação é clara: todos têm um time do coração.
Fé, futebol e o conclave
- Todos os cardeais brasileiros têm um time do coração;
- Dom Jaime Spengler, presidente da CNBB, é torcedor do Internacional;
- Dom Odilo Scherer torce para Athletico-PR e Santos;
- Palmeiras aparece duas vezes entre os papáveis;
- Criciúma e Inter de Milão são as escolhas do “cardeal da Amazônia”;
- Novo papa será eleito a partir desta quarta-feira (7), no Vaticano
Dom Jaime Spengler: um papa colorado?
O último brasileiro promovido a cardeal, Dom Jaime Spengler, é também um dos mais apaixonados por futebol. Natural de Gaspar (SC) e atual arcebispo de Porto Alegre, ele torce para o Internacional. Em sua posse como arcebispo, em 2013, recebeu de presente uma camisa colorada do ex-padre Claudionir Ceron, embaixador do clube.
Presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Jaime costuma adotar um tom poético ao falar de futebol:
“Faço torcida por aquele time que tem como referência uma cor quente. O azul, sabemos a partir da arte, ser cor fria!”

Ronaldo Bernardi/Agência RBS
Dom Odilo Scherer: entre o Furacão e o Peixe
Natural de Cerro Largo (RS), Dom Odilo Scherer — atual arcebispo de São Paulo — dividiu sua vida entre dois estados e, por isso, tem dois clubes do coração: o Athletico-PR e o Santos. Ele viveu muitos anos no Paraná e já esteve, em 2013, entre os mais cotados para suceder Bento XVI no conclave que elegeu Francisco.
Santos, Palmeiras, Vasco e Botafogo também marcam presença
Segundo o ge, Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, também torce para o Santos, clube de seu estado natal, São Paulo. Já o Palmeiras tem o apoio declarado de dois cardeais: Dom João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, e Dom Sergio da Rocha, atual arcebispo de Salvador. Ambos são paulistas e assumem simpatia pelo Verdão, mesmo que Dom João hoje se diga menos ligado ao futebol.
O Vasco da Gama é o time de Dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, enquanto o Botafogo é o clube do coração de Dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida. Dom Damasceno, embora tenha mais de 80 anos e não possa votar no conclave, ainda pode ser eleito papa.
Criciúma e Inter de Milão: as escolhas de Dom Leonardo Steiner
O único cardeal que não torce por um dos gigantes do futebol nacional é Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus. Natural de Forquilhinha (SC), ele é torcedor do Criciúma, atualmente na Série B. Além disso, segundo revelou um assessor ao ge, o cardeal também nutre simpatia pela Inter de Milão, finalista da atual edição da Champions League.
Steiner, apelidado de “cardeal da Amazônia”, ganhou força nos últimos dias entre os nomes cotados para suceder Francisco, o que aumenta ainda mais o interesse sobre seu perfil — e, claro, seu clube do coração.
Times do coração dos cardeais brasileiros
- Dom Jaime Spengler (arcebispo de Porto Alegre): Internacional
- Dom João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília): Palmeiras
- Dom Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus): Criciúma e Inter de Milão
- Dom Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo): Athletico-PR e Santos
- Dom Orani João Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro): Santos
- Dom Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília): Vasco
- Dom Raymundo Damasceno Assis* (arcebispo emérito de Aparecida-SP): Botafogo
- Dom Sergio da Rocha (arcebispo de Salvador): Palmeiras
Dom Raymundo já passou dos 80 anos e não pode votar, mas pode ser escolhido papa.