Indiciado pela Polícia Federal por supostamente forçar dois cartões amarelos no Campeonato Brasileiro de 2023 para beneficiar apostadores, o atacante Bruno Henrique não compareceu à audiência virtual realizada na manhã de segunda-feira (26) no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
O jogador do Flamengo justificou a ausência por conta de um treinamento no Ninho do Urubu, marcado para o mesmo horário da sessão, e sua defesa solicitou a remarcação da audiência.
Bruno Henrique falta à audiência no STJD
- Bruno Henrique não participou da audiência virtual por conflito de horário com treino no Flamengo;
- Defesa do jogador alegou justificativa plausível e solicitou nova data para depoimento;
- Jogador foi indiciado por manipulação de cartões e pode ser suspenso por até dois anos;
- Inquérito foi reaberto após provas da Polícia Federal; outras nove pessoas também prestariam depoimento.
Audiência foi antecipada e coincidiu com treino no Flamengo
Inicialmente, a audiência estava marcada para o período da tarde, mas foi antecipada para as 10h da manhã. A defesa foi intimada via advogados, que se reuniram com Bruno Henrique antes de optarem por priorizar os compromissos do clube, que tinha treino marcado às 9h30. Embora o comparecimento não fosse obrigatório, a presença do jogador era esperada e recomendada diante da gravidade da acusação.
Consequências da ausência de Bruno Henrique
A ausência em uma única audiência não prejudica diretamente o jogador, desde que a justificativa seja considerada plausível. No entanto, caso Bruno Henrique volte a faltar em outras sessões, poderá enfrentar sanções previstas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
"Caso ele não vá, pode ter uma presunção da sua culpabilidade para oferecimento da denúncia. Para ele, é bom ir para esclarecer fatos, explicar e mostrar que não tem nada a ver com essa história", afirmou Paulo Feuz, ex-auditor do Pleno do STJD, em entrevista ao jornal O Globo. "Ele tem o direito de ir e permanecer calado, porque é um inquérito e tem um princípio constitucional, que fala que a pessoa não é obrigada a fazer prova contra ela. Mas ele tem que comparecer."
De acordo com especialistas ouvidos pelo O Globo, reiteradas ausências podem ser interpretadas como má-fé e resultar em enquadramento no Artigo 220 do CBJD, que trata da falta de colaboração com a Justiça Desportiva. A pena pode variar de multa entre R$ 100 e R$ 100 mil, além de complicar o caso em caso de denúncia formal.
"Se ele por reiteradas vezes ficar justificando e não comparecer o tribunal poderá entender que ele está agindo de má fé e também poderá puni-lo. O Bruno Henrique precisa aproveitar esse momento oportuno para se defender", complementou Ronaldo Piacente, ex-presidente do STJD.
Investigação no STJD segue com depoimentos de outros envolvidos
Além de Bruno Henrique, outras nove pessoas estão previstas para depor sobre o caso, incluindo seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior. O inquérito foi reaberto pelo presidente do STJD, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, após o recebimento de provas encaminhadas pela Polícia Federal, que levaram ao indiciamento do jogador na esfera criminal.
O auditor Maxwell Borges de Moura Vieira, vice-presidente do STJD, ficou encarregado de conduzir as oitivas e diligências. Caso a denúncia avance, Bruno Henrique pode ser suspenso por até dois anos das atividades como atleta profissional, conforme prevê a legislação esportiva.
