Segundo informações publicadas pelo site ge.com. os quatro clubes brasileiros que disputarão a Copa do Mundo de Clubes da FIFA a partir de 14 de junho — Flamengo, Botafogo, Fluminense e Palmeiras — decidiram não abrir empresas nos Estados Unidos para receber as premiações do torneio. A medida havia sido cogitada para reduzir a carga tributária, e o Flamengo chegou a aprová-la em conselho, mas recuou após reavaliação.
Em consenso, os clubes optaram por aderir ao modelo fiscal americano ECI (Effectively Connected Income), que trata a remuneração como se fosse proveniente de uma empresa local. A alternativa foi considerada mais viável diante da complexidade da legislação tributária dos EUA.
Tributação dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes
- Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras desistiram de abrir empresas nos EUA para receber premiações;
- Os clubes vão aderir ao regime ECI, sendo tributados como empresas americanas;
- Jogadores e comissão técnica poderão ser tributados em até 37%, exceto quem recebe menos de 3 mil dólares;
- A FIFA dividiu os US$ 15,21 milhões de premiação em duas partes, sendo 48% isentos de impostos;
- Os clubes pagarão 21% sobre o lucro líquido e 30% sobre valores enviados ao Brasil;
- A carga tributária elevada gerou desconforto entre os participantes.
Como será a tributação para os clubes e atletas
A escolha pelo ECI não livra os clubes de tributações elevadas. Jogadores e membros da delegação poderão ser tributados em até 37% sobre os dias trabalhados em solo americano. No entanto, há isenção para quem recebe menos de 3 mil dólares, conforme a legislação local.
A carga tributária será proporcional ao número de dias trabalhados nos EUA em relação à remuneração anual dos envolvidos. Essa regra pode atingir atletas, comissão técnica e outros funcionários, a depender da remuneração e tempo de permanência nos Estados Unidos.
Participação e premiações da FIFA
A FIFA já definiu como distribuirá o chamado "Participation Pillar", o prêmio de participação: serão 15,21 milhões de dólares divididos entre os clubes brasileiros.
- 52% desse valor se refere à participação em território americano e, portanto, será tributado.
- 48% dizem respeito a fatores externos aos EUA, como classificação e uso de imagem, e estão isentos de tributação.
Sobre a parte tributável, os clubes pagarão:
- 21% sobre o lucro líquido, ou seja, o valor remanescente após a dedução de despesas como transporte, alimentação e hospedagem;
- 30% sobre o valor que for enviado ao Brasil, em uma espécie de tributação sobre dividendos.
Clubes questionam modelo e ausência de isenção fiscal
De acordo com o Ge, a tributação considerada excessiva gerou incômodo entre os clubes. Em eventos como a Copa do Mundo, a FIFA costuma negociar isenções fiscais com países-sede, mas nesse caso, os clubes e atletas não foram incluídos nos benefícios.
O modelo, embora legal, impõe desafios financeiros adicionais, especialmente para clubes que esperam lucros expressivos com a competição.
Cronograma de pagamentos da FIFA
A FIFA também detalhou o cronograma de repasses aos clubes por meio de uma "Carteira Virtual" atribuída a cada participante:
- 29 de maio de 2025: pagamento inicial do Pilar de Participação (com desconto de adiantamentos).
- 27 de junho de 2025: saldo do Pilar de Participação e início dos pagamentos por desempenho para eliminados na fase de grupos.
- 15 de agosto de 2025: pagamento final para clubes eliminados na fase de grupos.
- 30 de setembro de 2025: pagamento final de saldos restantes a todos os clubes participantes.