Por que os jogos da Copa do Mundo de Clubes 2025 estão sendo paralisados?

Clima severo, raios, atrasos e decisões médicas: os bastidores das interrupções em campo durante o Mundial nos Estados Unidos

8min de Leituratimer 1

Desde o início da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025, o espetáculo dentro de campo tem dividido espaço com um elemento cada vez mais protagonista: o clima. Com sede nos Estados Unidos, o torneio tem sido frequentemente interrompido por alertas de condições meteorológicas severas.

Até agora, seis jogos foram paralisados por conta de tempestades ou riscos relacionados ao clima extremo — número que já desperta debates e provoca questionamentos sobre como a FIFA vem lidando com esse tipo de situação.

Alertas de climas extremo interrompe jogos do Mundial 2025

  • Seis jogos já foram interrompidos por condições climáticas adversas, especialmente tempestades com raios;
  • A decisão de paralisar parte do árbitro, com base em protocolos médicos e orientações meteorológicas locais;
  • Os principais riscos são raios, calor extremo, exaustão térmica e até colapso físico dos atletas;
  • Nos Estados Unidos, protocolos de segurança climática são padronizados e amplamente respeitados;
  • A FIFA deve manter o mesmo padrão para a Copa do Mundo de 2026, com possibilidade de ajustar apenas os horários dos jogos.

Seis partidas já foram afetadas

As paralisações não são pontuais. Em diferentes estádios espalhados pelo território norte-americano, confrontos precisaram ser suspensos por mais de uma hora, como foi o caso de Benfica x Chelsea, que teve quase duas horas de atraso.

A situação também se repetiu nos duelos entre Pachuca e RB Salzburg, Palmeiras e Al-Ahly, Ulsan x Mamelodi Sundowns, Boca Juniors x Auckland City, e novamente Benfica x Auckland City. Em todos esses jogos, a razão principal foi a mesma: alerta de raios ou tempestades.

Quais jogos já foram interrompidos?

Até 3 de julho de 2025, seis dos 56 jogos disputados no torneio foram paralisados por condições climáticas adversas.

  • 17 jun: Ulsan HD x Mamelodi Sundowns (Orlando) – atraso de 1h05
  • 17 jun: Boca Juniors x Auckland City (Nashville) – 50 min suspenso
  • 18 jun: Pachuca x RB Salzburg (Cincinnati) – 1h37 de paralisação
  • 19 jun: Palmeiras x Al‑Ahly (East Rutherford) – 46 min parados
  • 20 jun: Benfica x Auckland City (Orlando) – 2h de pausa
  • 28 jun: Benfica x Chelsea (Charlotte) – 1h51 de interrupção

Quem toma a decisão de parar a partida?

De acordo com o regulamento da FIFA, normalmente a responsabilidade de interromper um jogo é do árbitro, que age com base nas orientações do Comitê Médico da entidade. Mas, nos Estados Unidos, a dinâmica é ainda mais rígida.

Protocolos locais — como os emitidos pela NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) e pelo Sistema de Alerta de Emergência (EAS) — determinam paralisações automáticas ao menor sinal de risco climático, sobretudo quando há incidência de raios em um raio de até 10 quilômetros do estádio.

Esses protocolos não são novidade no esporte norte-americano. Ligas como a NFL e a MLS seguem a mesma conduta, e os estádios já estão preparados para evacuar arquibancadas ou manter torcedores em áreas cobertas até que os riscos sejam dissipados.

Quais os riscos envolvidos?

A resposta objetiva é: vida em risco. Uma tempestade elétrica representa perigo real de morte por descargas atmosféricas. Por isso, os protocolos exigem que, após o último raio identificado, seja aguardado um intervalo mínimo de 30 minutos sem atividade elétrica antes da retomada.

Além disso, o calor extremo também tem sido motivo de preocupação. Durante a vitória do Real Madrid por 1 a 0 sobre a Juventus, em 30 de junho, pelas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes, dez jogadores pediram para ser substituídos devido ao desgaste provocado pelas condições climáticas. A partida foi disputada às 15h (horário local), no Camping World Stadium, em Orlando, Flórida, sob forte calor e umidade elevada. Segundo dados meteorológicos do dia, a temperatura passou dos 32 °C, com sensação térmica ainda mais alta.

O técnico da equipe italiana, Igor Tudor, foi direto ao descrever a situação:

"O cansaço foi incrível. O calor, a umidade… dez jogadores me pediram substituição. Isso nunca aconteceu comigo antes", a declaração foi dada após o confronto, evidenciando o impacto real do clima sobre o desempenho e o bem-estar dos atletas.

As condições extremas também afetam o público. Há relatos de torcedores deixando os estádios no intervalo por desidratação ou tontura, especialmente em locais como o Rose Bowl, na Califórnia, onde a sensação térmica ultrapassou os 35 °C em alguns jogos.

O que a FIFA tem feito?

A entidade segue afirmando que não há intenção de alterar as regras do jogo por conta do clima, mas admite que o tema está em debate. Para o Mundial de Clubes, a FIFA optou por respeitar os protocolos locais de segurança, priorizando a integridade física de atletas e torcedores. As paralisações, mesmo que visualmente “estranhas" ao público brasileiro — acostumado a ver jogos disputados sob chuva e calor extremos —, são tratadas como padrão nos EUA e devem se repetir também na Copa do Mundo de Seleções em 2026, que será realizada em conjunto com México e Canadá.

Interromper jogos por clima é comum nos EUA?

Sim. Nos Estados Unidos, há uma cultura institucionalizada de segurança climática em eventos esportivos. Desde partidas da NFL até shows em estádios, qualquer alerta de raio ou tempestade ativa automaticamente os protocolos de paralisação. Por aqui, a decisão de suspender ou não um jogo costuma recair exclusivamente sobre o árbitro, sem um sistema tão padronizado quanto o norte-americano. E essa diferença tem ficado evidente para os torcedores brasileiros ao acompanhar o torneio.

O que esperar daqui para frente?

Com as quartas de final começando nesta sexta-feira (4), o alerta climático permanece no radar. A previsão de mais dias quentes e instáveis nos Estados Unidos pode afetar a programação. A FIFA, por sua vez, monitora cada partida em tempo real com apoio de especialistas meteorológicos e médicos, prometendo sempre colocar a segurança em primeiro lugar — mesmo que isso signifique atrasar o espetáculo.

Tatiana_Oliveira_Sambafoot
Jornalista formada pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Jornalismo Digital. Atua no jornalismo esportivo desde 2022. Iniciou a carreira cobrindo...
entretenimento como redatora e editora no portal Lorena R7, além de ter contribuído como assistente de comunicação e editora voluntária no projeto Lab Dicas Jornalismo. Hoje, vive o universo do esporte com a mesma paixão de quem nunca perde um bom jogo — ou uma boa pauta.
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